A quantidade de crianças que crescem sem um pai ou qualquer referencial masculino é alarmante. Para as meninas, crescer sem um bom pai pode resultar em dois resultados. O primeiro, é a carência emocional, frequentemente canalizada para relacionamentos abusivos na adolescência e ao longo da vida. Eu, que trabalho com juventude há alguns anos, vi boas moças aceitarem migalhas relacionais, se submeter a situações de vulnerabilidade e até mesmo agressão físico-verbal. Tudo por um pouco de atenção e o sentimento subjetivo de proteção. Moças assim, querendo ter um pouco, acabam não tendo nada.
O Segundo resultado, diferente do primeiro, é a moça não saber ser cuidada e ver qualquer trato gentil e zeloso de um homem como, no mínimo, desconfortável. Essa moça, quando ainda era menina, ouviu dizer que precisa ser forte o tempo inteiro e que não pode depender de ninguém. E foi isso que fez: se tornou forte como aço, mas para isso sacrificou muito. Quanto mais duro é o metal, mais quebradiço – e cedo ou tarde ele quebrará.
Perceba que temos dois tipos de reação diametralmente antagônicas. Uma muito carente e vulnerável, outra dura, inacessível e que reage bruscamente a qualquer cuidado, por mais legítimo que seja. Entre esses dois opostos, temos uma infinitude de variáveis, onde várias moças se perdem e sofrem, conscientemente ou não. A falta de um bom referencial masculino afeta a correta construção da feminilidade.
Se para as meninas a ausência de um pai é triste, para os meninos é catastrófica – é até difícil sistematizar. Meninos precisam ser cultivados para se tornarem homens, e uma mulher por mais que se esforce não pode fazer isso. Um menino sem a figura paterna é um pequeno barco de papel obrigado a navegar num oceano de ondas severas. Ele não tem direção, tampouco percebe que está se dissolvendo enquanto luta para não afundar. O único “papel” que pode salvar esse barco é o papel de pai.
Todo menino precisa de um pai. O pai ensina seu filho a ser responsável e proativo, nunca fugindo das consequências de seus atos. Um pai ensina seu filho a usar sua força física e vigor para lutar conta os garotos maus e proteger o fraco. Um pai serve de exemplo sacrificial quando demonstra o que deve ser feito pela sua esposa e família. Um pai ensina seu filho a cuidar dos seus irmãos e até mesmo da sua mãe, já que um dia aquele menino será marido. Um pai também ensina a pureza sexual para seu filho, dizendo que um homem de verdade se guarda para sua esposa e luta contra a pornografia. Ele gasta tempo com seu filho ensinando que mais vale a pena conquistar uma mulher várias vezes do que várias mulheres apenas uma vez. Um pai ensina seu filho a ser humilde e conhecer seus limites. Um pai ensina seu filho a ser honrado e cumprir com sua palavra. Um pai ensina seu filho a ser trabalhador, provedor e lutar contra a preguiça. Um pai conduz seu menino ao “Pai nosso que está no céu”, pois apenas nEle há salvação. Esse pai é responsável por conduzir a meninice de sua criança até a varonilidade adulta.
Nossos meninos estão vulneráveis. Crescem preguiçosos, apáticos e anestesiados pelo entretenimento. Tornam-se homens castrados psicologicamente, sem coragem e determinação para assumir e conduzir uma família. Aliás, nossos jovens rapazes sequer tem coragem de começar um namoro, tampouco transmitem segurança para as moças poderem descansar e confiar em sua palavra. Nossos meninos envolvem-se em projetos egoístas, mas não pensam no próximo. São imorais, indecentes e egocêntricos. São “antenados”, conhecem os memes, os jogos, as tendências e tudo que se há para conhecer, mas não conhecem o que deveriam ser diante de Deus. Esculpem seus corpos na academia, mas não lavram as terras do caráter. São efeminados, frescos e fracos. Alguns podem até ter crescido, mas ainda não se tornaram homens. Nossos meninos precisam de pais.
Por isso, homens cristãos, em nome daquele que nos ensinou a chamar o Deus todo poderoso de “Pai”, eu imploro: CRIEM SEUS FILHOS!
Se você ainda não tem filhos, mas conhece crianças (principalmente meninos) que crescem sem um pai: seja o referencial masculino para eles. Sejamos expressão da graça de Deus na vida deles. E que o Senhor, que restaura as mulheres, os homens, os meninos e meninas, restaure a vida das nossas crianças. Repito: Homens, criem seus filhos!