Como passar pelo luto?

“É melhor ir a uma casa onde há luto do que a uma casa em festa, pois a morte é o destino de todos; os vivos devem levar isso a sério!” (Ec 7.2), disse Salomão, o homem mais sábio do mundo.

Coisa estranha de se dizer. Eu, particularmente, prefiro ir à churrascos do que em velórios. Mas o motivo dele falar isso é por que a morte é o destino de todos e precisamos lembrar disso. Vivemos como se a morte nunca fosse chegar, adiamos planos, aumentamos as intensidades das brigas, deixamos de pedir perdão a alguém querido, etc. Tudo isso por que, no fundo, sempre achamos que teremos tempo.

Mas nem sempre é assim. Salomão nos ensina que o luto é mais pedagógico do que a festa. A festa nos distrai, o luto nos foca. Aprendemos mais sobre a vida diante da morte. Valorizamos mais algo depois que perdemos.

Eu sei, está doendo. Então, diante da morte e tristeza, como agir? Sugiro reagirmos de 3 formas.

1. CHORAR

É comum tentarmos ser fortes, não deixarmos as lágrimas escorrerem, mas diante da morte temos que chorar. A força não está em se fazer de forte, mas de chorar junto com aqueles que choram.

Jesus chorou diante da morte. Ele já sabia que iria ressuscitar Lázaro, mas ainda assim diante da catástrofe que é a morte, chorou. Ele não foi mais fraco ao chorar, mas foi mais sensível à dor daquela família. Há momentos que uma lágrima fala mais do que um discurso eloquente. Por isso, chore. Se dói, devemos chorar, porque a dor é proporcional ao amor. Deixem as lágrimas lavarem o rosto e, por fim, levarem a dor.

2. LEMBRAR

É tempo de lembrarmos dos dias bons, dos sorrisos e das lições deixadas pela pessoa querida que se foi. É necessário trazer à memória também as pessoas que ainda estão vivas e que amamos. Sobretudo, é necessário lembrarmos das promessas de Deus para nós.

Jesus prometeu que estaria conosco todos os dias até a consumação dos séculos (Mt 28.20). Podemos chorar, mas não choramos como se estivéssemos abandonados. O Espírito Santo, o Consolador, está conosco – e precisamos nos lembrar disso.

Também precisamos esquecer. Esquecer as brigas pequenas e sem sentido. Esquecer o orgulho que tanto separa as famílias. Esquecer do que não é essencial. Esquecer do que poderia ter sido feito, mas não foi. O importante é o que será feito daqui para frente. Para quem não ligamos há tempos? Para quem precisamos pedir perdão? Quem gostaríamos de abraçar e dizer “eu amo você”? Lembre-se!

3. ESPERAR

Nós choramos, mas choramos com a lembrança vívida das promessas do Senhor. Por isso, podemos nos encher de esperança.

Esperança de que já somos consolados. Esperança de que haverá um dia que todos ressuscitarão. Esperança de que a morte será definitivamente vencida, as lágrimas serão para sempre enxugadas e que nos encontraremos novamente.

Que dia glorioso será! Todos juntos ao Senhor Jesus e reunidos! Esperar isso, muda a forma como encaramos a dor e como vivemos agora. Esperar isso, não nos deixa querer parar, mas transforma nosso luto em motivos para lutar. 

Em Jesus podemos confiar e esperar! Ele mesmo disse, quando estava à caminho da morte na cruz:

 — Que o coração de vocês não fique angustiado; vocês creem em Deus, creiam também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se não fosse assim, eu já lhes teria dito. Pois vou preparar um lugar para vocês. E, quando eu for e preparar um lugar, voltarei e os receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, vocês estejam também. E vocês conhecem o caminho para onde eu vou. 
Então Tomé disse a Jesus: 
— Não sabemos para onde o Senhor vai. Como podemos saber o caminho? 
Jesus respondeu: 
Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim!

João 14.1–6 (NAA)

Em Jesus temos um seguro caminho para passarmos pelo luto, ainda que chorando, mas lembrando e esperando o Grande Dia. Até lá, passaremos por isso juntos!

Que Deus nos abençoe e console.
Com carinho, para todos aqueles que perderam entes queridos,
rev. Luiz Lacerda.

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